UM NORTE PARA A MÚSICA AMAZÔNIDA
Relatório de atividades do cantor e compositor Zé Miguel
Um dia aportaram por aqui dois cantadores alpercatas surradas,marca das andanças por tantos caminhos,semblantes tranqüilos e vozes fortes.chegaram,arriaram as malas e nos expuseram sua bagagem de esperança,amizade,alegria,amor e depois se foram deixando um rastro de luz.mensageiros da luz. Zé Miguel e Amadeu Cavalcante.
Antonio Pereira AM
Só a maturidade me trouxe à luz, o que começou timidamente por volta dos meus oito anos de idade, ao cantar à capela os hinos do hinário da Igreja Presbiteriana do Brasil em Macapá, hoje, 38 anos depois, me traz a convicção de que não era apenas um sonho meu e sim o sonho de muitos. “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Foi com esse pensamento, que resolvi sair do doce aconchego do meu lar em Macapá, e enfrentar as dimensões continentais amazônicas, para ir ao encontro dos meus pares, grandes nomes da musica amazônica como Nilson Chaves PA, Célio Cruz AM, Eliakin Rufino RR e tantos outros maravilhosos compositores e cantadores destas verdes e encantadas terras.
Sob a desculpa de lançar meu primeiro DVD solo, embarquei de Macapá nas primeiras horas do dia 25 de abril de 2008 com destino a Belém do Pará, onde realizei show no dia 30 de abril, nas dependências do Teatro do Centur, Margarida schivasappa. Essa amazônica aventura, que me arvoro aqui a chamar de pequena expedição, contou com o patrocínio parcial, mas extremamente importante do Governo do Amapá, e teve como principal objetivo, o início de uma grande rodada de debates, provocados por mim, na intenção de chamar a atenção dos muitos cantores e compositores espalhados pela Amazônia, criando e produzindo a altura de todas as regiões brasileiras sem ter, contudo, acesso ao mercado brasileiro para desaguar essa produção. Uma mensagem encaminha a mim por compositor de Boa vis RR, através de um site de relacionamento da internet, me despertou para a possibilidade do fortalecimento desse mercado aqui mesmo na Amazônia. O fato é que somos hoje, de acordo como o ultimo senso do IBGE, 23.55 milhões de habitantes em todo o território amazônico. Se fizermos um trabalho, visando alcançar inicial mente 0,5% dessa população, levando-os a consumir tanto produtos gravados, seja através de CD, DVD ou downloads ou outro meio, ou de consumo ao vivo, através de shows, poderemos alcançar um universo de aproximadamente 115 mil pessoas ano.
Visando despertar a atenção de nossos companheiros da Amazônia, resolvi promover um debate em cada uma das cidades por onde passasse, para discutir a proposta de criação de um projeto de circulação dessa nossa maravilhosa produção musical, por toda a Amazônia, durante um período de pelo menos 10 anos. A proposta é dar ao povo da Amazônia, a oportunidade de ouvir o que estamos produzindo, em pé de igualdade com o resto da produção do País, para que ouvindo e vendo, eles decidam se gostam ou não, afinal, ninguém pode decidir se gosta ou não de alguma coisa, sem a oportunidade de provar.
A intenção dos debates, é dar ao projeto a cara de cada um dos Estados, posto que temos realidades que por mais que se pareçam em alguns pontos, são as vezes completamente adversas em outros, necessário se faz por tanto, discutir essa idéia pra garantir que todos possam ter o mesmo beneficio.
Na cidade de Belém, o debate foi realizado dia 29 de abril, as 20hs no auditório do Básico da Universidade Federal do Pará, e contou com a presença de aproximadamente trinta pessoas, das quais 95% se mostraram favoráveis à idéia de criação de um projeto nos moldes do Pixinguinha, a ser realizado através de parceria entre, o Ministério da cultura, Os Governos Estaduais e Municipais, Instituições como as do sistema S, e as Universidades Federais que historicamente sempre estiveram atreladas aos movimentos culturais das sociedades onde atuam, e hoje dispõem de ferramentas importantes como, auditórios, rádios e TV’s Universitárias, além de serem o centro de formação das gerações de vanguarda.
Desse primeiro debate surgiu a idéia de se criar um espaço na internet, por onde o processo de discussão pudesse ser continuado, tendo em vista as grandes distancias que nos separam. Esse espaço já está criado sob o seguinte endereço, http://aquiopapoecultura.blogspot.com. Em Manaus, o debate aconteceu dia 16 de maio, as 19hs, na sala dois do SEBRAE Amazonas, com a presença de aproximadamente 25 pessoas. As discussões foram tão produtivas que o tempo se tornou apertado, pois eu faria show algumas horas depois, então, a Radialista e cantora Sky Rodrigues AM e o Professor Doutor Antonio Maria da Universidade Federal do Pará, provocaram um segundo encontro no domingo 18 de maio, desta vez na casa da produtora Rosangela. Este segundo encontro contou já com a participação de aproximadamente 45 pessoas, motivadas pelas informações do primeiro encontro. O show em Manaus aconteceu no Açaí & CIA, e contou com as participações de Nilson Chaves PA, que viajou de Belém apenas para participar do show e do debate, Antonio Pereira AM, Célio Cruz AM, Torrinho AM, Amadeu Cavalcante AP e Cleverson Baia AP
Dai se tirou a confirmação da necessidade de criação do espaço online, a necessidade de se escolher pessoas responsáveis pelo movimento em cada cidade, e da possibilidade de se realizar em uma das capitais um evento piloto, com o propósito de lançar formalmente o movimento, que por hora se denomina “Um norte para a música Amazônida”
Os representantes em cada Estado não precisam ter necessariamente um numero mínimo, precisa só definir nomes de pessoas que tenham tempo disponível para levar adiante as tarefas necessárias para manutenção do movimento em cada cidade.
Em Boa Vista, o debate teve um caráter menos formal, apesar de o show ter sido realizado no Auditório da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o debate se deu em um Restaurante da cidade, Chamado Ver o Rio, logo após o show, que contou com as participações de Eliakin Rufino, Alisson Christian RR, Neuber Uchoa RR, Zeca preto RR, Jorge Farias RR, Amadeu Cavalcante AP, Célio Cruz AM e Cleverson Baia AP.
Cerca de vinte compositores compareceram e acenaram positivamente à idéia de criação do projeto, manifestaram a mesma ansiedade comum a todos, no tocante as dificuldades de escoamento da produção musical, e, a necessidade de se encurtar a distancia entre os estados, através de diálogo contínuo, o que poderá acontecer através do projeto!
PROPOSTAS:
As seguintes propostas foram manifestadas durante os debates nas três cidades visitadas!
01 – Organização das classes em cada cidade, para facilitar o processo de discussão com o setor público.
02 – Criação de cooperativas estaduais que possam interagir umas com as outras interligando os Estados da região Norte, objetivando criar uma rede de distribuição da produção de CD, DVD e shows musicais.
03 – A conquista de uma concessão de Rádio comunitária para cada Capital, para facilitar a divulgação de produção musical.
04 – Criação de um projeto de circulação de caravanas musicais aos moldes do projeto Pixinguinha, com o objetivo de fazer com que as populações dos Estados tenham acesso a nossa produção musical.
05 – Realização de um evento piloto do projeto, para o lançamento oficial do movimento, com direito a ata de criação, identidade legal e tudo o mais.
MINHAS IMPRESSÕES PESSOAIS:
No decorrer da caminhada, alguns fatos e pessoas, fizeram a diferença e marcaram emocionalmente nossa trajetória.
Fato: Percebi que realmente estamos falando a mesma língua, muito embora alguns ainda sintam a necessidade de discutir o sexo dos anjos, mas temos objetivos, sonhos e ansiedades parecidas... Somos os parceiros ideais para esta caminhada... Belém me trouxe a grata surpresa de um teatro quase lotado, um público de aproximadamente 400 pessoas cantou e curtiu conosco, como se já fossemos velhos conhecidos. No palco, algumas das grandes estrelas do Pará deixaram claro que aquela era uma verdadeira festa amazônica.
Em Manaus, a surpresa ficou por conta do reconhecimento, assim que chegamos, nossa produtora foi conversar com a proprietária de um restaurante sobre a possibilidade de patrocínio, ao falar em meu nome, a senhora veio sorrindo e disse, mas é claro, já conhecemos um pouco do trabalho do Zé Miguel através do Amazon Sat e será um prazer contribuir!
Isso me deu a certeza de que estamos no caminho certo, e que precisamos valorizar cada vez mais este grande instrumento divulgador do nosso trabalho, o Amazon Sat faz hoje o que todos os Estados da Amazônia deveriam fazer a muito tempo, acreditar no nosso potencial e realmente investir nisso, olhar pra nos também pelo nosso potencial de contribuição no processo sócio econômico.
A recepção por parte de nossos companheiros do Amazonas foi esplêndida, não tive como evitar as lagrimas no final de nosso ultimo encontro, sai de lá com a mais absoluta das certezas, fizemos ali um pacto que será eterno, o que começou agora não tem mais volta.
Boa vista (RR) Recebeu de braços abertos a nossa pequena comitiva, Eliakin Rufino, poeta mor daquelas belas paragens, nos deu a honra de nos receber no aeroporto e ser nosso cicerone durante todo o período que ficamos por lá. Defensor ardoroso das mesmas idéias, nos levou ao encontro de nossos outros grandes amigos e companheiros de jornada, Neuber Uchoa, Zeca Preto, George Farias, Junior Cassari, Aroma e tantos outros... Os meninos de Roraima nos visitaram no Amapá pela primeira vez em 1993, naquela época, eles já saiam par divulgar a musica que estavam fazendo e que acreditavam ter espaço garantido na Amazônia.
Ir a Boa Vista, concretizou um velho sonho meu e fortaleceu ainda mais nossas convicções, acho que estamos definitivamente no caminho certo e repito, o que começou aqui não tem mais volta, pode até não dar os resultados que esperamos, mas estamos fazendo a nossa parte.
Este é apenas o primeiro capitulo desta historia que com certeza será longa, e toda ela contada aqui, por tanto caros amigos, façamos um pacto, vamos nos encontrar sempre neste espaço, para contar e conhecermos belas historias e incansáveis sonhos.
Até breve
Cerca de vinte compositores compareceram e acenaram positivamente à idéia de criação do projeto, manifestaram a mesma ansiedade comum a todos, no tocante as dificuldades de escoamento da produção musical, e, a necessidade de se encurtar a distancia entre os estados, através de diálogo contínuo, o que poderá acontecer através do projeto!
PROPOSTAS:
As seguintes propostas foram manifestadas durante os debates nas três cidades visitadas!
01 – Organização das classes em cada cidade, para facilitar o processo de discussão com o setor público.
02 – Criação de cooperativas estaduais que possam interagir umas com as outras interligando os Estados da região Norte, objetivando criar uma rede de distribuição da produção de CD, DVD e shows musicais.
03 – A conquista de uma concessão de Rádio comunitária para cada Capital, para facilitar a divulgação de produção musical.
04 – Criação de um projeto de circulação de caravanas musicais aos moldes do projeto Pixinguinha, com o objetivo de fazer com que as populações dos Estados tenham acesso a nossa produção musical.
05 – Realização de um evento piloto do projeto, para o lançamento oficial do movimento, com direito a ata de criação, identidade legal e tudo o mais.
MINHAS IMPRESSÕES PESSOAIS:
No decorrer da caminhada, alguns fatos e pessoas, fizeram a diferença e marcaram emocionalmente nossa trajetória.
Fato: Percebi que realmente estamos falando a mesma língua, muito embora alguns ainda sintam a necessidade de discutir o sexo dos anjos, mas temos objetivos, sonhos e ansiedades parecidas... Somos os parceiros ideais para esta caminhada... Belém me trouxe a grata surpresa de um teatro quase lotado, um público de aproximadamente 400 pessoas cantou e curtiu conosco, como se já fossemos velhos conhecidos. No palco, algumas das grandes estrelas do Pará deixaram claro que aquela era uma verdadeira festa amazônica.
Em Manaus, a surpresa ficou por conta do reconhecimento, assim que chegamos, nossa produtora foi conversar com a proprietária de um restaurante sobre a possibilidade de patrocínio, ao falar em meu nome, a senhora veio sorrindo e disse, mas é claro, já conhecemos um pouco do trabalho do Zé Miguel através do Amazon Sat e será um prazer contribuir!
Isso me deu a certeza de que estamos no caminho certo, e que precisamos valorizar cada vez mais este grande instrumento divulgador do nosso trabalho, o Amazon Sat faz hoje o que todos os Estados da Amazônia deveriam fazer a muito tempo, acreditar no nosso potencial e realmente investir nisso, olhar pra nos também pelo nosso potencial de contribuição no processo sócio econômico.
A recepção por parte de nossos companheiros do Amazonas foi esplêndida, não tive como evitar as lagrimas no final de nosso ultimo encontro, sai de lá com a mais absoluta das certezas, fizemos ali um pacto que será eterno, o que começou agora não tem mais volta.
Boa vista (RR) Recebeu de braços abertos a nossa pequena comitiva, Eliakin Rufino, poeta mor daquelas belas paragens, nos deu a honra de nos receber no aeroporto e ser nosso cicerone durante todo o período que ficamos por lá. Defensor ardoroso das mesmas idéias, nos levou ao encontro de nossos outros grandes amigos e companheiros de jornada, Neuber Uchoa, Zeca Preto, George Farias, Junior Cassari, Aroma e tantos outros... Os meninos de Roraima nos visitaram no Amapá pela primeira vez em 1993, naquela época, eles já saiam par divulgar a musica que estavam fazendo e que acreditavam ter espaço garantido na Amazônia.
Ir a Boa Vista, concretizou um velho sonho meu e fortaleceu ainda mais nossas convicções, acho que estamos definitivamente no caminho certo e repito, o que começou aqui não tem mais volta, pode até não dar os resultados que esperamos, mas estamos fazendo a nossa parte.
Este é apenas o primeiro capitulo desta historia que com certeza será longa, e toda ela contada aqui, por tanto caros amigos, façamos um pacto, vamos nos encontrar sempre neste espaço, para contar e conhecermos belas historias e incansáveis sonhos.
Até breve
