AMAZÔNIA

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GENTE DA MESMA FLORESTA

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ANGUSTIA


Zé Miguel

Na ponta dos pés

Meu coração estica-se

Por sobre o muro da incompreensão

Para ver do outro lado

Onde agonizante desespero

Flagela o outro ser em desatino

Queda-se amargo ao peso da culpa

Penitencia-se na sua própria dor

Estica ainda mais os olhos

Para tentar ver

A extensão do seu inocente

Mas mortal veneno

Fustiga ainda mais a própria penitencia

E sangra por todos os poros da alma

No outro lado o desespero clama

Por um caminho que o conduza à calma

A dor insuportável que me assola

E reprimida não se manifesta

Vitrifica a lágrima que não rola

Sufocando o soluço natimorto

No desconforto de cada amanhecer

Que inverno triste este que ora vivo

Triste o futuro que ora antevejo

Embora por princípio Dante aceito

Inda recuse abrir meu próprio cortejo

Eu cada vez solitário espreito

Outros sofreres e suas individualidades

Personalizado ou não o sofrimento

É sempre mais do que desconcertante

E só quem sofre sabe a dor que sente

O olhar culpado meu por sobre o muro

Esbanja acusações que verdadeiras são

Percebo sem esboçar qualquer reação

As pedras atiradas sobre mim

Na minha direção

Por minha própria consciência

Não sei... Confesso que não sei

Até que ponto vale a resistência

Que ainda conduz os meus cansados pés

Meu solitário e cansado coração

 

SEJAM BEM VINDOS(AS) AO MEU"CANTO"

"Sejam bem vindos todos e todas que se importam com os outros, que se inquietam e manifestam suas inquietações, todos e todas que acharem que podem fazer a diferença... Quem sabe fazendo diferente... Todos e todas capazes de se emocionar com uma canção... Com a sutileza da beleza de uma flor... Todos e todas que acreditam na força verdadeira do amor"