AMAZÔNIA

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GENTE DA MESMA FLORESTA

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desenvolvimento Sustentável no Amapá e a Cop 15.

Escrito por João Capiberibe
12-Dec-2009
Pouco tempo antes de ser assassinado, Chico Mendes andando pela floresta do Acre, pára em frente a uma árvore de copaíba e explica ao meu amigo jornalista Elson Martins, que o acompanhava: “Veja isso aqui, para os que não a conhecem trata-se de mais uma árvore a ser abatida em benefício da indústria madeireira. Mas para quem pensa de outro jeito, essa árvore pode oferecer muitos empregos, basta extrair sua seiva sem derrubá-la, claro! Pense num bálsamo poderoso! Plantas iguais a essa existem às centenas nessas matas, várias certamente terão, um dia, grande importância industrial, médica ou nutricional, só precisamos estudá-las. É por isso que luto para não permitir a destruição da floresta sem que se saiba o tamanho da riqueza que nela existe.”
Três momentos da história influenciaram decisivamente a formulação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá:

1 - Dezembro de 1988, Chico Mendes é assassinato em Xapuri;

2 - Dezembro de 1991, a URSS desmorona junto com o socialismo real;

3 - Junho de 1992, no Rio de Janeiro, acontece a Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (a já lendária Eco-92).

No final desse mesmo ano, concluo o mandato de prefeito de Macapá.

Janete, minha companheira de vida e de luta, encarregou-se do sustento da família, dando-me um ano para mergulhar fundo no conhecimento a respeito do povo do Amapá, que, naquele então, somavam 440 mil almas espalhadas em 143 mil quilômetros quadrados.

Na conferência do Rio, sem Chico Mendes, mas com quase todos os países do mundo presentes, surgiu uma nova combinação de fatores: doravante, a política, a economia e a ecologia deveriam caminhar obrigatoriamente juntas.

Reconheceu-se que o ambiente podia e devia ser aproveitado em benefício das populações que nele habitam, mas tendo o cuidado necessário para não causar os estragos irreparáveis do modelo vigente de produção e consumo capitalista.

Estabeleceu-se então que o crescimento econômico deveria ser sempre compatível com a preservação ambiental. Essas idéias, depois de discutidas e aprovadas por unanimidade, receberam o nome de desenvolvimento sustentável.

Mais ou menos nessa mesma época, veio à queda do socialismo real e com ela algumas questões pungentes. E agora? Como prosseguir? Eu me perguntava. Que fim levou a utopia? Chegou a hora de aposentar a idéia da revolução?

Diante de tantas dúvidas e pelo fato de não haver mais caminho, teria eu que conviver, pelo resto dos meus dias, com as injustiças e as desigualdades sociais batendo à minha porta?

O mundo empacou. A contradição capital-trabalho, que havia pautado os grandes conflitos do século vinte, parecia fadada ao entendimento pela imposição hegemônica do capitalismo global.

Foi então que, juntando o legado de Chico Mendes, a “Carta da Terra” e a Agenda 21, documentos da ECO-92, mais um grupo de reflexão suprapartidário e cinco partidos políticos de esquerda, reunimos os ingredientes para repensar a utopia e começar a agir.

Passo nº 1: ganhar as eleições para o governo do Amapá com um programa fundamentado nas teses do Desenvolvimento Sustentável. Na campanha eleitoral a idéia de promover o desenvolvimento em harmonia com a natureza cativou a população urbana. Para os que habitavam as regiões ribeirinhas isoladas, a campanha parecia idílica, por vezes soava como uma ilusória promessa eleitoral.

Foi certamente uma campanha política diferente, girava em torno de um programa de governo, na época, desconhecido e inovador. Por isso, foi muito comentada e debatida, mas deu certo, ganhamos as eleições.

Tomamos posse no dia 1º de janeiro de 1995. Logo começamos o trabalho para adequar todas as políticas públicas com base nas diretrizes da Agenda 21.

Nos primeiros dias, nos deparamos com um enorme pedregulho no meio do caminho: faltavam quadros para tocar o projeto. Tivemos de sair à cata de pessoas que pudessem nos ajudar a pensar e, principalmente, implantar o programa.

Teve gente que trocou Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, New York, Paris, Berlin para vir morar em Macapá. Gente idealista, que chegava e se engajava de corpo e alma no processo. Se, de um lado, preenchiam uma lacuna, de outro, provocavam ciúmes e reações contrárias de alguns atores políticos locais.

Segundo embaraço: o poder tinha dono. Logo percebi que, mesmo chancelado pela vontade popular, não passava de um inquilino temporário, recebido com extrema má vontade pelos demais condôminos.

Qualquer coisa era permitida naquele ambiente, menos dar voz e ouvidos àqueles que me haviam elegido. Segundo o “status quo”, cabia-me simplesmente integrar-me ao grupo que, há tempos, comandava aquele pequeno e pouco desenvolvido Estado da Federação, quer dizer, esquecer o que tinha vindo fazer ali e acatar a idéia de que nenhuma mudança seria possível, que os privilégios são eternos e acontecem por uma vontade superior indefinida. Assim, simplesmente.

Portanto, o que parecia uma idéia consensual na formulação teórica e na vitória eleitoral do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), revelou-se pouco palatável na prática.

Em maio de 1995, com a presença do presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, lançamos o PDSA como projeto de construção de uma sociedade sustentável, contendo as seguintes diretrizes:

- Desenvolvimento com preservação ambiental;

- O social como eixo do desenvolvimento;

- Redução das disparidades sociais e regionais;

- Valorização do saber local – agregado ao saber científico e tecnológico.

Era preciso contrariar a lógica do capitalismo selvagem, concentrador de renda e predador do meio ambiente. Somente assim, poder-se-ia iniciar uma revolução pacífica. Começamos então por ampliar o diálogo com a sociedade em busca de parcerias e de seu envolvimento na construção do processo.

O governo, usando meios tecnológicos foi gradativamente tornando as contas públicas cada vez mais transparentes. A partir de 2001, já no final do mandato do PDSA, qualquer pessoa podia acessar pela rede mundial de computadores as despesas detalhada, em tempo real, e a movimentação bancária a cada final de expediente, na internet.

O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá estabeleceu como princípio que todos os cidadãos e cidadãs do Amapá tivessem os mesmos direitos na distribuição dos recursos orçamentários.

Os resultados dessa diretriz foram surpreendentes.
Em oito anos, os indicadores sociais deram um salto. Um dos exemplos mais contundentes disso foi que, logo no primeiro ano de mandato, conseguimos colocar 98.5% das crianças do Amapá na escola. Ampliamos a segurança nos bairros periféricos e a assistência a saúde tornou-se efetiva.

O Amapá, como ex-território, sustentava sua economia no contracheque dos funcionários públicos, com reduzida participação do setor privado. Sabíamos que para promover o desenvolvimento com sustentabilidade, eram necessárias políticas públicas de inclusão e fortalecimento da iniciativa privada para diversificar a economia.

O governo lançou mão de seu poder de compra, garantindo mercado para os novos produtos surgidos do adensamento da cadeia produtiva dos recursos de sua rica biodiversidade.

Em casa de ferreiro espeto de pau, no nosso caso, morando no coração da floresta, seria o inverso, em casa de marceneiro, espeto de ferro. Nossas crianças nas escolas se sentavam em cadeiras de ferro e aglomerado.

Estimulamos a criação de uma linha de mobiliário escolar inteiramente composto com matéria prima e mão de obra local, o que nos permitiu, em alguns anos, inverter o fluxo. Passamos a atender as nossas necessidades e exportar. Gerando empregos e reduzindo a pressão sobre a exploração madeireira para exportação em forma de matéria prima.

No entanto é bom lembrar que vivíamos o ápice das políticas neoliberais em nosso país, época do Deus mercado, que pretendia reduzir ou até mesmo eliminar, qualquer influência do Estado na vida da sociedade.

Lembro de um episódio, colocando em campos opostos o PDSA e o FUNDESCOLA, programa conjunto de financiamento MEC e Banco Mundial para reequipar as escolas públicas. O banco emprestava a menor parte do dinheiro, mas impunha todas as regras de promoção do capitalismo global.

No caso específico, o MEC destinou ao Amapá, R$ 1,5 milhão e meio para aquisição de mobiliário escolar, porém não permitia a compra de produtos em madeira da região. Tivemos que rejeitar inicialmente a oferta, para poder, depois de um longo debate, convencer o MEC e o Banco, a respeitar nosso programa.

A castanha da Amazônia, por exemplo, produto não madeireiro da floresta, ganhou política específica. Os castanheiros se libertaram da tutela do “barracão”, onde trocavam um hectolitro (100 litros) de castanha por uma lata de leite em pó de 454 gramas. Organizados em cooperativas, com assistência técnica e crédito passaram a industrializar e comercializar sua produção, colocando no mercado, produtos de maior valor agregado, como a castanha e a amêndoa seca embalada a vácuo, o azeite fino de mesa, a farinha e o biscoito de castanha. O mesmo aconteceu com o açaí, em vez da exploração predatória do palmito, que estava destruindo os açaizais, o governo estimulou a pesquisa, o manejo e a comercialização da polpa que passou a ser exportada para todo o Brasil e para o exterior.

Ao compararmos os números, podemos constatar os reflexos da mudança na economia.

Em 1994, a participação do setor público na formação do PIB do Amapá era de 46%; em 2001 caiu para 38%. Enquanto o PIB nacional teve um crescimento de 26,66%, o do Amapá alcançou 56,04%. Esse desempenho foi alcançado com reduzido impacto ambiental e com a preservação de nossas florestas. Esses dados até hoje podem ser acessados nos sítios oficiais do Governo Federal.

Acrescente-se, o custo político. Os avanços na construção da sociedade sustentável inquietaram setores conservadores e oligárquicos da sociedade amapaense. Nas sombras, José Sarney, ex-presidente da República e senador pelo Amapá, uma das figuras mais poderosas do país, manobrava e mobilizava seus seguidores para desestabilizar o governo.

Numa de suas articulações, conseguiu junto a Gustavo Franco, então presidente do Banco Central, o fechamento por decisão extrajudicial, do Banco do Estado do Amapá (Banap), única instituição financeira pública a ser fechada por decisão política.

O banco, que recebemos quase falido estava em plena recuperação, suas linhas de crédito popular e agroextrativista dinamizavam a economia. Foi esse banco que, pela 1ª vez financiou o manejo de açaizais nativos alavancando a produção e a exportação da polpa, chegando a oito milhões e meio de dólares, na safra de 2006.

Perdemos três anos, mas conseguimos abrir outra instituição de crédito, a Caixa de Fomento, inteiramente voltada a alavancar a nova economia.

No dia cinco de abril de 2002, deixei o cargo de governador para concorrer ao Senado numa campanha eleitoral das mais difíceis. Os inimigos do desenvolvimento sustentável tentaram de tudo para impedir que fosse eleito pelo voto popular. Mas não conseguiram, o povo resistiu e fez valer sua vontade me elegendo senador.

No entanto, o PMDB liderado por José Sarney, não desistiu de tentar me tirar da cena política.
Sua estratégia, então, foi entrar com um recurso junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) pedindo a cassação do meu mandato baseado no testemunho de duas mulheres, que acusavam a mim e a minha companheira Janete de comprar seus votos por R$ 26,00 cada, pagos em duas parcelas.

A acusação não prosperou e fomos declarados inocentes.
O PMDB recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que baseado nos depoimentos das duas mulheres (acrescente-se que estas, até hoje, são mantidas financeiramente por quem se beneficiou da fraude) atendeu o pleito do PMDB, cassando o meu mandato de senador e o de minha companheira Janete de deputada federal.

Além da cassação, mais dois fatos marcaram a ruptura com as políticas do desenvolvimento sustentável no Amapá.

A primeira quando o governo que assumiu o poder em 2003, na tentativa de apagar da memória da população os projetos de sucesso do PDSA, proibiu qualquer menção da palavra “sustentável”, em documentos e nos meios de comunicação bancados com dinheiro oficial.

O segundo quando um incêndio criminoso destruiu a fábrica de biscoitos de castanha da Cooperativa de Castanheiros da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru. No entanto, com o tempo, a força da idéia se sobrepõe ao obscurantismo político, e hoje, oito anos depois do fim do programa de desenvolvimento sustentável do Amapá (PDSA), a sociedade retoma o debate, independente da vontade dos que se imaginam donos do poder.

Por último, a propósito da COP 15, vale lembrar que para reduzir a escala de destruição ambiental, é necessário mudar os padrões de produção e consumo.

Isso é uma questão política, cuja decisão, não sairá dos dirigentes ali reunidos, exige expressa manifestação de vontade da maioria dos habitantes da nave terra, que avança célere em rota de colisão.

*João Capiberibe, ex-prefeito de Macapá, ex-governador e senador do Amapá, é vice-presidente nacional do PSB. Autor da Lei da Complementar nº 131.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Ministro da Cultura anuncia criação de fundo para a música

Fundo Setorial de Música é o principal incentivos para o setor e atende a uma antiga reivindicação de músicos
Lauro Lisboa Garcia, de O Estado de S. Paulo
Juca Ferreira na Feira de Música
Emiliano Dantas/Divulgação
Juca Ferreira na Feira de Música
RECIFE - Em visita à Feira Música Brasil, no Recife, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou na noite desta sexta-feira, 11, a criação do Fundo Setorial de Música, o principal item de uma série de incentivos para o setor, em janeiro de 2010, atendendo a uma antiga reivindicação de músicos, compositores e produtores. A notícia da venda de música livre de tributação foi recebida com entusiasmo na feira.
Outros sete fundo setoriais estão previstos para 2010, nas áreas de artes visuais, patrimônio e memória, artes cênicas, literatura, entre outros. A medida também prevê a integração do atual Fundo do Audiovisual ao Fundo Nacional de Cultura (FNC).

Os investimentos na área de música deverão cobrir toda a cadeia produtiva, desde financiamentos de festivais até downloads remunerados de fonogramas. A verba sairá dos R$ 820 milhões do FNC. O ministro também anunciou a criação de memoriais em homenagem a dois grandes compositores brasileiros, o pernambucano Luiz Gonzaga e o baiano Dorival Caymmi, em seus Estados natais.

Segundo comunicado distribuído à imprensa durante a entrevista coletiva, "a iniciativa antecipa os avanços propostos na reforma da Lei Rouanet". Bem-humorado, o ministro não resistiu a fazer o trocadilho, dizendo que essa notícia era "música para os ouvidos".

A área da música tem de passar por várias revisões, como por exemplo, a questão dos direitos autorais, que tem uma "legislação caduca". "A indústria da música precisa evoluir, porque ela tem potencial. Hoje representa 5% do PIB e 6% do emprego da mão de obra formal", afirmou o ministro.

Ferreira lembrou que quando entrou no governo há sete anos, como secretário executivo do Minc, a verba da pasta era 0,2% e hoje é 0,6% do orçamento da União. "Mas não dá para comemorar. A gente quer 2 %", disse. Depois da coletiva o ministro visitou a área de negócios da feira, posou para fotos e continuou concedendo entrevistas individuais, em meio a uma confusa mistura de sons de vários estandes, como o da Warner Music e da TV Brasil. Ferreira ainda passou rapidamente pela área VIP dos palcos do Marco Zero e viu um pedaço do show da cantora Fabiana Cozza.

No meio do trajeto comentou: "O fundo é estratégico, não dá para a música ficar dependendo do departamento de marketing de empresas. O dinheiro é público, então por que a gente não disponibiliza diretamente para os produtores, para os projetos? É isso que a gente quer" afirmou o ministro.

"A fórmula é universal. Estive agora em Portugal, e o fundo das artes de lá funciona muito bem, como principal instrumento de financiamento, e é o que a gente quer fazer aqui. O nosso Fundo Nacional de Cultura atual não tem dinheiro, é burocrático. Essa mudança vai permitir que a gente tenha um fundo que vai fazer desde parceria, financiamento com retorno para reinvestir no fundo, financiamento a fundo perdido. Ou seja, a gente está criando de fato uma estrutura moderna."

Ferreira disse também que as reformas entram em funcionamento em 2010, "independentemente de aprovação de mudanças na Lei Rouanet". "As declarações do ministro repercutem num momento importante para a música do País", disse Carlos "KK" Mamoni, um dos diretores executivos da Feira Música Brasil.

Entre outros temas importantes discutidos nos painéis de debates nesta sexta, um deles era justamente a questão da remuneração dos downloads de música. Foi citado um modelo que funciona satisfatoriamente na China, onde as músicas baixadas de graça no Google são pagas pelo próprio site de buscas.

O repórter viajou a convite da organização da feira.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Mais uma musica cifrada!!!


Essa canção foi gravada pela minha querida amiga Patricia Bastos, ela deu a ela um brilho especial com sua maravilhosa voz!!

Até Mais
Composição: Zé Miguel
intro.:(C-G-Dm-F)2x
C                G             Dm
Vou tentar esquecer teus olhos
  F
e todas as loucuras que

eu imaginei
C                   G          Dm
Para ficar mais feliz contigo
          F
mas vou botar o pé na estrada

outra vez
C                   G
Vou guardar teu querer
      Dm
comigo
      F
e as coisas boas todas para

lembrar depois
C           G        Dm
Amanhã será outro dia
    F
e o tempo não parou por
              G
causa de nós dois

(refrão)
F
Sinto muito mas tenho que
dizer agora
C             G
Bye, bye, até mais
            Dm
quem sabe a gente se vê

por aí afora
F
Sinto muito mas tenho que
dizer agora

(refrão bis)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

LANÇAMENTO DO "FEITO EM CASA"

Após um ano de trabalho dedicado, finalmente ficou pronto!!!
Dia 23 de Dezembro, estarei lançando com um grande show o que talvez seja o mais filho de todos os meus trabalhos.

Em novembro de 2008, ganhei de presente de Carlinho Teles, um
grande amigo meu Um par de monitores da Bering e uma mesa
de som, Carlinho resolveu me dar esse presente
ao saber que eu estava naquele momento em São Paulo, onde ele mora, comprando equipamento
para montar em minha casa, um estúdio de gravação experimental, com o objetivo de registrar as
minhas obras, já que a grande maioria delas está so na minha memoria. De posse do maravilhoso
presente, comprei mais alguns equipamentos necessários para levar meu projeto adiante.
Bem, o que era pra ser apenas uma experiência, acabou tomando proporções maiores, as gravações
realizadas ficaram com tanta qualidade, que em um determinado momento, minha esposa teceu o
seguinte comentário: Amor está ficando tão bom! Porque você não aproveita e faz um CD?
Foi a gota que faltava, resolvi levar a sério a proposta e o resultado é o Feito em casa.
Este trabalho traz uma dose extra de carinho, foi gravado durante todo o ano de 2009, no quarto do
meu filho Kayke, onde montei provisoriamente o estúdio, com a interferência do nosso dia-a-dia doméstico,
as intempestivas entradas do meu filho Benjamim, a doce participação da Ariel, as paradas para o tradicional
cafezinho e para resolver problemas domésticos de ultima hora do tipo, acabou o gás! Ou o almoço ta mesa, vai esfriar!
Juntei a isso um repertório especial, com musicas dedicadas a minha e a todas as mães, ao meu e a todos os pais, e
a minha cara metade, minha esposa Araciara, além de mais uma canção falando da eterna saudade do meu amado filho Kayke.
Gravar este CD foi sem dúvida uma experiência encantadora, uma viagem ao encontro do mais íntimo contato nesta relação
iluminada pela dádiva de Deus que é a musica na minha vida, o que ela faz por mim e o que através de mim pode fazer
pelas pessoas.
Talvez não seja tecnicamente o meu melhor trabalho, mas é de todos com certeza o que exigiu maior dedicação e carinho,
aqueles que o receberem de coração aberto poderão perceber e acho que se emocionarão comigo.
Agradeço acima de tudo e de todos a Deus e em seguida a todos os bons espíritos, os amigos queridos, os músicos dedicados
todos e todas que deram a mais ínfima contribuição que seja para este resultado.
Enfim! Eis ai o FEITO EM CASA,  de coração pra vocês!!!!!!
    

domingo, 29 de novembro de 2009

VI FECMAC EM PORTO GRANDE!!




Fui convidado e recebido com muito carinho, pela direção da Escola Estadual Maria Cristina para participar Do VI FECMAC, festival anualmente realizado pela escola, onde os alunos fazem interpretação de texto e cantam as nossas canções, o que dá à comunidade uma bela oportunidade de conhecer nosso trabalho.
Fiquei muito feliz com o carinho e o respeito com que fui recebido, emocionei-me com a mocinha de 11 anos que cantou Pérola azulada, em minha homenagen e que chorou quando fui agradecer e abraça-la. Senti ali um nó na garganta ao perceber que apesar de estarmos geográficamente tão perto, parecemos estar a milhas e milhas distantes, tal é o descaso com que é tratada a nossa contribuição para o crescimento desta terra através do nosso trabalho. Não é dado pelo poder público a estas comunidades, o direito de acesso ao nosso fazer cultural, apesar de sermos sabedores da existencia de uma Secretaria de Estado da cultura com orçamento definido e tudo mais, fico espantado ao não encontrar nos municipios por onde passo, qualquer atividade promovida por este orgão que vise valorizar as manifestações locais, muito menos ainda, de intercambio entre os varios municipios, para que nosso povo se conheça e se reconheça refexo dos seus saberes e sabores culturais, e assim, se aproprie de sua própria identidade.
Que bom que a direção das escolas, por iniciativa propria de seus mestres e gestores, tem tomado para si a tarefa de não deixar na obscuridade o que fazemos com tanto carinho e sacrificio, tarefa esta que deveria ser levada adiante pela união das duas Secretarias, a de Educação e a de Cultura, não devemos esquecer, que o primeiro contato de qualquer ser humano com o mundo, vem através da cultura.
Se projetos como este da escola Maria crsitina tivessem total apoio da secretaria de cultura, nos artistas podería-mos visitar quem sabe todo o Estado uma vez por ano, levando para estas comunidades, espetáculos com a mesma qualidade técnica que apresentamos aqui na capital. Assim, daría-mos às comunidades a oportunidade conhcer o que fazemos e a nos artistas a de ampliar nosso espaço de atuação, consecutivamente aquecendo um mercado, que apesar de informal e absolutamente ignorado pelo Estado, tem uma rica cadeia produtiva. Gera renda e emprego, além de ajudar a equilibrar espiritualmente a nossa gente. Já pensaram no que seria um mundo sem artes? Sem música? Sem dança, teatro ou artes plásticas? Sem Fotografia, Cinema e artesanato?... Como seria esse mundo?
Que bom que pessoas como o Irlando, diretor da escola Maria Cristina, tomam pra si essa responsabilidade. Meu muito obrigado a cada professor e cada diretor de escola que toma pra si essa luta, que compreende que so poderemos avançar se aprendermos a amar o que somos, a cada acadêdmico da nova geração, que desde já paltam suas experiencias nas nossas vivencias passadas, e se aventuram a empunhar a bandeira da valorização regional como contribuição decisiva para a construção do todo Nacional.

Fica aqui o meu desejo, de que os homens nas poltronas luxuosas dos gabinetes públicos resolvam dar ao nosso suado dinheirinho dos impostos, que nos são tão cruelmente “Impostos”, o devido destino, e que ele, o “Imposto”, possa retornar em beneficio para nós, pobres e injustiçados contribuintes.
Muito obrigado Irlando e Girlane, Muito obrigado a todo o povo de Porto Grande que recebeu não so a mim, mas tambem ao meu compadre Osmar Junior, O meu querido amigo Amadeu Cavalcante e a Banda Negro de Nós com todo carinho e respeito, chegando a mudar a data de seu evento para que nos fosse possivel estar presentes!!!
Um grande e forte abraço a todos e a todas!! 


terça-feira, 17 de novembro de 2009

PORTO VELHO!!! ATÉ QUE ENFIM!!!!




Depois de varias tentativas frustradas, finalmente pus os pés nessa bela capital amazônica, e foi como disse Zezinho, na hora certa! Zezinho foi desta feita o culpado, com a cumplicidade de Wania Beatriz, minha eterna amiga e eterna divulgadora de nossas canções amazônicas, juntou-se a isso, a parceria da querida Alice, parceira e esposa de Zezinho, e mais< Chiquinho, Zaine, Olinda. Um monte de seres de alma leve e coração tranquilo rsrsrsrss.
Zezinho Maranhão, meu honorável anfitrião, é um cantador e compositor desses refinados, de sorriso fácil e verso ligeiro, desses seres capazes de divir a ultima gota de felicidade, com a humanidade inteira, desdobrou-se em gentilezas e fez sentir literalmente em casa. O palco do pequeno porém belo teatro do SESC, parecia o teatro das Bacabeiras quan começamos a cantar juntos a musica ZÉS, que fala em Macapá, no meu nome e no dele e de tantos outros zés, mais famosos que nos dois rsrsrs, como São José por exemplo.
Foi o que posso chamar de uma noite memorável aquela, o público vibrava a cada canção, cantaram e se divertiram com a gente, como se ja fóssemos velhos conhecidos. O que na verdade somos, graças a instrumentos importantes como o Amazon Sat, que aproxima as pessoas, apesar de nossas geográficas dimensões continentais.
Foi uma noite memorável... Ao final do show, os abraços e os comentarios carinhosos das pesoas, o autografo nos DVD's vendidos... Não sobrou um pra remedio rsrsrs... Depois o peixe assado regado a vinho na casa de Zaine e Olinda, e depois, por pura falta de mais energia, isso la pelas quatro da manhã rsrsrs, foi todo mundo pra caminha!!!
No dia seguinte, dia da volta... Airton, o esposa da queridissima Wania Beatriz nos preparou um almoço daqueles de deixar o caboclo jiboiando depois rsrsrs, eu wania entramos na internet, atraves da rede sem fio particular da residencia... É amigos! fiquei encantado com a velocidade e triste por lembrar da nossa net movida a lenha kkkk.
Mas enfim, era hora do retorno. Confesso que foi um pouco triste a despedida no aeroporto, mas acho que ropemos um lacre que nunca mais vai se fechar, estamos como paladinos, eu, Zezinho, Pereira, Celio Cruz, Bado, o nosso grande Nilson Chaves, Zeca preto eliakin e tantos outros... Paladinos de poesia em punho, dispostos a revelar uma Amazônia de gente que se importa, mas se importa de verdade com a nossa identidade, uma Amazõnia que ainda tem muito pra dizer, e mesmo que uns poucos políticos insensiveis e cegos deixem de perceber a importancia que temos, não tem mais volta... Abrimos a caixa de Pandora e agora ninguem nos segura, se for possivel iremos a remo, a vela, a pé ou de avião, mas estaremos sempre dispostos a desfraldar a bandeira da poesia para cantarmos juntos

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O MEU ZÉ!


Era uma ruazinha sem pavimentação, na verdade, não tinha nem traçado definido. Serpenteava por entre o conglomerado de, casas na sua maioria construídas em madeira. Esta falta de traçado se devia ao fato de que a maioria dos moradores jogava o lixo no meio da rua, além das limpezas da prefeitura, mais ou menos uma vez por ano, que não iam além da passagem de uma máquina daquelas de raspar terra que só raspava e não retirava o entulho, o mesmo virava companhia para o lixo domestico e passava a fazer parte da paisagem. Triste paisagem.
Poucos carros circulavam por ali, na verdade poucos carros circulavam na cidade, tinha-mos uma frota realmente pequena de veículos auto motivos. Os poucos carros que circulavam por lá pertenciam a alguns poucos moradores que tinham uma situação financeira um pouco mais elevada, na sua maioria funcionários públicos. Isso dava à nossa ruazinha um ar bastante tranquilo. Nos fins de tarde, a garotada aproveitava as partes mais largas do caminho dos carros, que ia desviando dos montes de entulho aqui e ali , montavam duas traves pequenas para não Terem que escalar goleiros no time e pronto, estava armada a sagrada pelada do fim do dia. Ali rolava de tudo, até mesmo algumas pequenas escaramuças entre um ou outro peladeiro mais afoito, mas normalmente tudo se resolvia na base da conversa e tudo ficava bem .
Eu nunca aprendi a jogar bola, portanto ficava sempre no lugar favorito que a torcida. Era de lá que eu via meu segundo irmão, alguns dos meus amigos da rua e vários garotos vindos das outras ruas próximas, garotos que só conhecia-mos de vista, por isso, na falta dos nomes havia uma espécie de código ou codinome comum a todos os desconhecidos, atitude que era compartilhada por todo mundo. Esse codinome era ‘’ Zé’’. Era um tipo de acordo tático respeitado religiosamente por todos. Todo mundo era Zé e Zé era todo mundo.
O mesmo acontecia nas outras brincadeiras, como os jogos de peteca (bolas de gude), de caroço, onde caroços de tucumã e mucajá eram utilizados a guisa de bolas de gude, e os jogos de carteira, onde usávamos embalagens de várias marcas de cigarros como uma espécie de dinheiro. Lembro-me ainda hoje dos valores que atribuía-mos a cada uma das embalagens. As de Arizona valiam 5, as de continental valiam 10 , as de holiwood valiam 20, as de charm valiam 50 .Haviam algumas outras marcas de valores mais altos que não me recordo mais. O importante é que em todas essas brincadeiras o código do desconhecido gente boa era utilizado com anuência de todas as partes.
No dia em que tive que optar por um nome artístico, me lembrei de todas essas coisas, somei ao fato de que na minha família, todo mundo me chamava de Miguel, com exceção da minha Avó materna , que sempre me chamava de Zezinho . Então pensei, porque não ZÉ MIGUEL? E assim eu fui batizado artisticamente.
Hoje sou ZÉ MIGUEL com muito orgulho, porque no meu entendimento ZÉ é ninguém e é todo mundo ao mesmo tempo, e é assim que eu me defino como artista e como cidadão.

domingo, 26 de julho de 2009

Mais uma música cifrada amigos e amigas, aproveitem!!!

PLANETA AMAPARI
Zé Miguel, Osmar Junior, João Gomes e Val Milhomem
INTRO - A D/A E/A D/A
A D/A E47

A D/A E/A D/A
Somos filhos dessa terra
A D/A E47
E também dessas estrelas
A D/A E/A D/A
Do infinito e da floresta
A D/A E47
Da nação que se constela
F#m7 C#m7 C7+
Somos o que está em Deus
F#m7 C#m7 Bm7 C#7(#9)
Somos o que esteve aqui
F#m7 C#m7 C7+
Antes de chegarem os teus
Bm7 E47 A ( INTRO)
Anhangá antes de ti
A D/A E/A D/A
Somos seres de um cometa
A D/A E47
Ha mil anos luz daqui
A D/A E/A D/A
Mas no meio do planeta
A D/A E/A A
Somos índio waiãpi
F#m7 C#m7 C7+
Nossa nave é uma canoa
F#m7 C#m7 Bm7 C#7(#9)
Feita de cedro e ananim
F#m7 C#m7 C7+
Navegando o rio onça
Bm7 E47 A
Por galáxias sem fim
E47
Procurando vida nova
No planeta Amapari
F/G
Através da via – láctea
E47
Desse canto curumim
A D/A E/A D/A
Somos cidadãos do mundo
A D/A E/G#
Meio ET, meio tupi
D C#7 F#m F#m7
Marcianos de arco e flecha
Bm7 E47 A
Astronautas waiãpi

quarta-feira, 15 de julho de 2009

VOLTEI A MANAUS!!!


Voltei a Manaus, esta foi a segunda vez que pisei naquela terrinha boa, de gente maravilhosa e grandes amigos, Terra de Antonio Pereira, De Célio cruz, de Torrinho, de Cleber cruz amigo novo e profundamente ligado aos interesses de nosso movimento cultural. Terra de Candinho e Inez, terra de Lucinha Cabral e de Seldo Braga... De tantos outros amigos queridos e talentosos. Voltei a Manaus e desta vez pude sentir o resultado do trabalho de um guerreiro defensor dea boa musica Amazônica, o Radialista Sousa, do programa Palco Brasil, que vai ao ar todos dias das sete as nove da noite. Desta vez me senti ainda mais em casa, como cidadão e artista amazônico que sou.
Foi maravilhoso cantar pérola azulada ouvindo o coro forte dos manauaras... Parecia até que eu estava em Macapá... Sinto cada vez mais que essa musica que fazemos aqui por estas brenhas amazônicas, de todos os Estados Amazônicos... tem com certeza seu lugar ao sol.
Voltei a Manaus e me senti mais cidadão amazônico que nunca!
Muito obrigado Manaus pelo carinho!!!

terça-feira, 14 de julho de 2009

MAFALDA MINNOZZI EM MACAPÁ


Acho que Macapá lamentará ter perdido a chance de conhecer essa pessoa encantadora e cantora maravilhosa que é Mafalda Minnozzi, acompanhada pelo não menos talentoso e boa pessoa, guitarrista Paul Ricci.
Foi uma noite encantadora, intensamente apreciada pelos que compareceram, espero que possamos repeti-la em algum momento, desta vez para um publico bem maior!
De minha parte só resta agradecer profundamente a Mafalda, ao Paul Ricci, a Araciara que foi a mentora de tudo, e aos amigos queridos que deram aquela noite um brilho especial.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Meu endereço!!!


Amigos, este texto saiu na agenda da Caixa Economica Federeal 2009, juntamente com outros de poetas e escritores de todas as capitais brasileiras. Essa é uma edição comemorativa da tradicional agenda "Brinde" de fim de ano da caixa, e coube a este humilde cidadão a tarefa de descrever o nosso endereço, o que fiz com muita emoção!

MEU ENDEREÇO!
Nosso Forte São José de Macapá como quem opera um parto, abre os braços manhãzinha para receber o sol que o majestoso Rio mar acaba de parir. Assim nascem os dias na capital do Estado do Amapá, situada à margem esquerda do Rio Amazonas, dividida pela linha do equador, portal de entrada para a descoberta de um povo hospitaleiro, que ainda guarda com pureza características de seus ancestrais.
E quem somos nós afinal? Somos Índios, Negros e Brancos, com todos os traços culturais advindos dessas etnias, literalmente misturados e refletidos no nosso cotidiano. Traços que nascem através das maravilhosas mãos das parteiras tradicionais, do extrativismo da Castanha do Brasil, do encontro dos tambores de Batuque, Marabaixo, Zimba e Sahirê. Traços que se solidificam nas mãos das mulheres louceiras do Maruanum, ecoam mundo afora através da música do Senzalas e tantos outros maravilhosos expoentes da arte de traduzir em música os nossos sentimentos.
Traços que rodopiam além das nossas fronteiras nos pés de bailarinos que fazem sucesso na Europa e integram o mundialmente respeitado Balé Bolshoi. Traços de um Amapá que se reflete em obras pintadas com resina de açaí e num maravilhoso artesanato com características muito próprias, que singra os rios rumo ao futuro nas canoas do povo do Bailíque.
Nossa herança Tucuju, se manifesta em nossos hábitos alimentares e no nosso comportamento ribeirinho. Mas vão além os nossos afluentes étnicos, a força de nossa afro-descendência, cadencia os nossos passos em volta da roda em forma de mandala, nas festas de Marabaixo e Batuque do nosso Curiaú. Do Oiapoque ao Jarí, nossa identidade eminentemente Amazônica, revela-se no estrondo da pororoca, desliza veloz nas revoltas águas da Cachoeira Grande do Amapá e precipita-se vertiginosa da cachoeira de Santo Antônio em Laranjal do Jarí. Nosso céu que se transforma em arco-íris com a revoada dos guarás no Goiabal é o mesmo que cobre o manto esmeralda das florestas do parque do Tumucumaque. Florestas que abrigam sob seu frondoso verde, fauna e flora inestimável.
A lenda do Tarumã de Calçoene alça vôo com o cordão de pássaros do Amapá e lança-se ao Araguari na imaginação fértil do poeta. O Vominê na festa de São Tiago em Mazagão, a luta entre Mouros e cristãos contada a céu aberto, o Zouk Love, dançado em Oiapoque, fronteira entre Brasil e a Guiana Francesa, revelam flashes da historia dos povos que pra cá vieram mar a baixo nos porões dos navios negreiros.
O Amapá é uma colcha de retalhos, um misto dos tantos Brasis que o Brasil ainda está por descobrir. Hoje, temos um pouquinho de gente de cada canto desse país continental, contribuindo cada um à sua maneira para a construção do que vemos refletido no espelho, a nossa identidade.
Este lugar de cores e de sonhos ainda tão possíveis, de tantos saberes e crenças populares, de bela e calorosa gente, é o meu endereço, o meu lugar, este é o meu Estado do Amapá.
Zé Miguel

GLOSSÁRIO

Zimba, Saihrê, Batuque e Marabaixo – Folclore do Amapá
Maruanun- Comunidade do município de Macapá
Bailíque – Arquipélago que faz fronteira com o Estado do Pará
Tucuju – Povo Indígena ao qual se credita a condição de ancestrais dos primeiros habitantes do Amapá
Curiaú – Comunidade remanescente de Quilombo AP
Tarumã- Lenda do folclore popular do Amapá
Vominê- Gênero musical cantado na Festa de São Tiago (município de Mazagão)
Zouk love- Gênero musical característico das Guianas Francesas

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ai vai mais uma obra cifrada!


Meu endereço
Zé Miguel e Fernando Canto
Intro- G C G C A74 C G
G A7
Meu endereço é bem fácil
C G
É ali no meio do mundo
Em c
Onde está meu coração
A7
Meus livros, meu violão
D7 D
Meu alimento fecundo
Em C
A casa por onde paro
D G
Qualquer carteiro conhece
Em A7
É feita de sonho e linha
C D
Que brilha quando anoitece
Em C
Na minha casa se tece
D G
Mesura na luz do dia
Em A7
Pra afugentar quebranto
C D G
Na hora da fantasia
Am
É fácil o meu endereço
D7 G D/F#
Vá lá quando o sol se por
Em C
Na esquina do rio mais belo
D G
Com a linha do equador

sábado, 20 de junho de 2009

MUSICA CIFRADA!

Eu sou sempre muito cobrado em relação a publicação de minhas musicas cifradas para violão e outros instrumentos, por isso, resolvi postar aqui uma letra a cada 15 dias para que todos possasm ter acesso!
Vamos começar com essa aqui!

PÉROLA AZULADA
Zé Miguel e Joãozinho Gomes
G C/G G C/G G
C
Já aprendi voar
G
Dentre de você
D/F# Em
Ancorar no espaço
C
Ao sentir cansaço
G C/G G C/G
Ossos da jornada
C
Já aprendi viver
G
Como vive nu
D/F# Em
Um cacique Arara
C
Cultivando aurora
G
Luz de sua tiara
Em
Eu amo você
C
Terra minha amada
G
Minha oca meu iglu
D
Minha casa
Em
Eu amo você
C
Perola azulada
G
Conta no colar de Deus
D
Pendurada
C Em G Em G
A benção minha mãe
C
Já aprendi nadar
G
Em seu mar azul
D/F# Em
Adorar a água
C
Homem peixe água
G C/G G C/G
Fonte iluminada
C
Já aprendi a ser
G
Parte de você
D/F# Em
Respeitar a vida
C
Em sua barriga
G
Quantos mais vão aprender
Em
Eu amo você...

PROFISSÃO CULTURA discussão urgente!!!!!


Sinto que se torna cada vez mais necessário e urgente, discutirmos de maneira madura e inteligente o movimento cultural no Amapá. Essa necessidade se manifesta a todo instante, e vem sendo empurrada para debaixo do tapete por nós mesmos há tempos.
Nesse ponto da conversa é possível que alguém já esteja Pensando ”xii!! La vem ele com esse papo de política do PSB”. Mas quero deixar claro a todos, que não faço outra coisa senão manifestar minhas verdadeiras preocupações com os rumos que esse movimento toma a cada dia. Sou um profissional da música, sobrevivo da música e, em função disso, tenho me deparado com as mais inusitadas situações.
Outro dia, em conversa com algumas funcionárias da Prefeitura de Macapá, sobre as tarifas cobradas para os autônomos, categoria na qual nos enquadramos e que classifica o músico como nível médio, estabelecendo uma taxa abaixo de quem tem nível superior, uma das funcionarias me saiu com a seguinte brincadeira. “Vocês deviam pagar como nível superior, afinal vocês são profissionais”. Respondi a ela da seguinte forma: “O engraçado, é que quando se trata da gente pagar alguma coisa nos consideram profissionais, mas quando se trata de pagarem pra gente... Ai somos amadores... E da mais baixa categoria!”
Precisamos acabar com esse tipo de discriminação, mas quando falo isso, não me refiro apenas a cobrar das pessoas o respeito que merecemos, mas acima de tudo de merecermos verdadeiramente esse respeito. Como??? Posicionando-nos sempre como profissionais que somos. Apresentando um serviço de qualidade e cobrando aquilo que é justo, não permitindo às instituições públicas que determinem o quanto valemos por exemplo. E por falar em instituição pública, esse é outro assunto que precisa ser discutido a sério. Precisamos urgentemente mudar o tipo de relação com essas entidades.
Agora, possivelmente estarão pensando. “La vai ele meter o pau no governador”. Mas não é isso o que pretendo. Acho que precisamos romper com essa relação paternalista que temos levado até então, isso faz com que a instituição se sinta no direito de determinar quanto valemos, e essa avaliação é sempre muito abaixo, principalmente se comparada ao tratamento dado a artistas de fora quando aqui chegam.
Quanto ao Governador, ao contrário do que possam estar pensando, não vejo com maus olhos a sua atuação no tocante ao nosso hoje fraco movimento. Como na gestão do Capi, tenho testemunhado em varias situações, o interesse direto do gestor em botar recursos para desenvolver nossas atividades. O que falta hoje e faltou também na gestão do Capi, é que os produtores culturais se reúnam entre si e com representantes das instituições, e façam um planejamento lógico e viável, visando alcançar resultados a curto, médio e longo prazo. Como fazer isso?
Fortalecendo profissionalmente a categoria, através da informação, formação, apoio a produção com redução gradativa da ajuda pública na medida em que os resultados forem aparecendo;
Divulgação em Caráter nacional, mas partindo do fortalecimento de uma base local, visando alcançar a Amazônia e a seguir o país;
Cuidar, essencialmente, do resgate e da preservação da memória do bem material e imaterial, para que não percamos com o tempo a nossa identidade.

Se fizermos isso, ações de sensibilidade, como as do Capi no passado e hoje do Waldez, para financiar uma atividade que quase sempre é relegado a planos inferiores, o que não devia, pois se trata da essência humana e determina quem somos. Terão com certeza resultados mais animadores.
Sair da tutela do Estado, no entanto, não significa abrir mão do apoio público, significa usar de maneira cuidadosa e com objetivos coletivos e sérios, um recurso que é de todos, portanto, não pode ser utilizado para o crescimento particular de alguns, enquanto outros vêem morrer à míngua os seus sonhos.
Se planejarmos, poderemos com certeza ter acesso inclusive a uma fatia maior do orçamento público. Vejo a necessidade premente de despolitizarmos a discussão sobre cultura, para que possamos avançar de verdade. É claro que créditos devem ser dados a quem de direito. Se gestor “A” ou “B” promoveu ações benéficas à sociedade cultural e seu desenvolvimento, deve receber da historia o tratamento devido, seja ele de que cor partidária for. Da mesma forma que os produtores culturais são merecedores do apoio público, independente das ideologias que defendam.
A cultura, e eu me refiro aqui com maior conhecimento de causa a música, é uma atividade que gera emprego e renda, tem impacto positivo no PIB. Além de fazer circular riqueza, atua positivamente no equilíbrio emocional da sociedade. Portanto, precisa ser vista com a importância devida, garantindo assim aos seus atores, a possibilidade do reconhecimento profissional, o que irá permitir que vivam com dignidade com o retorno financeiro da profissão que escolheram, que sejam dignos de receber os justos dividendos por seus esforços e que a comunidade possa olhar pra nós, da mesma forma que olha para o Engenheiro, para o Carpinteiro, para o Pedreiro, para o Professor e tantos outros profissionais.
Lembro aqui de uma coisa curiosa. Ninguém pede canja, para o Pedreiro, para oengenheiro, ninguém pede uma palhinha para o Professor, para o Carpinteiro... Porque é então, que todo mundo acha que o músico tem obrigação de dar canja?... Ou... Palhinha? Isso não é interessante?
Contudo, volto a afirmar que parte da culpa para tais atitudes, parte da nossa própria postura diante da sociedade. Mas, acho que já falei de mais, estou aqui levantando a necessidade de discutirmos vários assuntos de nosso interesse e já estou me arvorando a definições individuais e prematuras, me perdoem a ansiedade caros amigos, a principal intenção aqui é provocar o debate, portanto, “que comecem os jogos rsrsrsrs”. Fiquem à vontade para comentar!
Um abraço a todos!

SEJAM BEM VINDOS(AS) AO MEU"CANTO"

"Sejam bem vindos todos e todas que se importam com os outros, que se inquietam e manifestam suas inquietações, todos e todas que acharem que podem fazer a diferença... Quem sabe fazendo diferente... Todos e todas capazes de se emocionar com uma canção... Com a sutileza da beleza de uma flor... Todos e todas que acreditam na força verdadeira do amor"