Zé Miguel
Não sei de que rio venho
Mas deságuo em ti
toda a minha paixão
Faça de mim então a foz
do teu contentamento
E desabroche feito flor
na primavera
Como quem espera enfim
Viver ardentemente o amor
Entre pela porta entreaberta
do meu sentimento
E tome posse dos meus afluentes
Porque de que rio venho não sei
Mas águas mansas te revelarei
Se no meu colo deitares teu tormento
De posse do advento
Aqui revelado
Do teu arfante seio
Junto ao peito meu
Há de brotar talvez
Futuro e presente
Amor eterno a tempo
Meu e teu