AMAZÔNIA

AMAZÔNIA
GENTE DA MESMA FLORESTA

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A TEMPO MEU E TEU


Zé Miguel

 

Não sei de que rio venho

Mas deságuo em ti

toda a minha paixão

Faça de mim então a foz

do teu contentamento

E desabroche feito flor

na primavera

Como quem espera enfim

Viver ardentemente o amor

 

Entre pela porta entreaberta

do meu sentimento

E tome posse dos meus afluentes

Porque de que rio venho não sei

Mas águas mansas te revelarei

Se no meu colo deitares teu tormento

 

De posse do advento

Aqui revelado

Do teu arfante seio

Junto ao peito meu

Há de brotar talvez

Futuro e presente

Amor eterno a tempo

Meu e teu

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ANGUSTIA


Zé Miguel

Na ponta dos pés

Meu coração estica-se

Por sobre o muro da incompreensão

Para ver do outro lado

Onde agonizante desespero

Flagela o outro ser em desatino

Queda-se amargo ao peso da culpa

Penitencia-se na sua própria dor

Estica ainda mais os olhos

Para tentar ver

A extensão do seu inocente

Mas mortal veneno

Fustiga ainda mais a própria penitencia

E sangra por todos os poros da alma

No outro lado o desespero clama

Por um caminho que o conduza à calma

A dor insuportável que me assola

E reprimida não se manifesta

Vitrifica a lágrima que não rola

Sufocando o soluço natimorto

No desconforto de cada amanhecer

Que inverno triste este que ora vivo

Triste o futuro que ora antevejo

Embora por princípio Dante aceito

Inda recuse abrir meu próprio cortejo

Eu cada vez solitário espreito

Outros sofreres e suas individualidades

Personalizado ou não o sofrimento

É sempre mais do que desconcertante

E só quem sofre sabe a dor que sente

O olhar culpado meu por sobre o muro

Esbanja acusações que verdadeiras são

Percebo sem esboçar qualquer reação

As pedras atiradas sobre mim

Na minha direção

Por minha própria consciência

Não sei... Confesso que não sei

Até que ponto vale a resistência

Que ainda conduz os meus cansados pés

Meu solitário e cansado coração

 

terça-feira, 7 de agosto de 2012













AMOR ENTRE...
Zé Miguel

Amor entre as pernas

E os cobertores

Amor que entra e sai

Provocando estertores



Amor entre espinhos

Abraços e flores

Amor dos caminhos

Da relva das cores



Amor entre seres

Que amam atoa

Amor dos dizeres

Pessoa a pessoa



Amor em exercício

Do amor de fato

Do amor que é um vicio

Durante o ato



Amor de vizinhos

De ruas de mundos

De raros carinhos

De beijos profundos



Amor abre aspas

Amor por inteiro

Amor fecha aspas

Amor verdadeiro








sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ser feliz


 

Zé Miguel



Ser feliz pode ser estar contente

Pode ser  estar de bem contigo

Ser feliz pode ser estar presente

Pode ser a presença do perigo

Pode ser a saudade do ausente

Pode ser o calor de beijo amigo

Ser feliz talvez seja ser mais simples

E sentir no rosto a caricia do vento

Perceber o quanto é belo o amanhecer

Ou ficar vendo a tarde se perder

Pode ser não ter nem um compromisso

Ou estar ocupado até a alma

Pode ser a bagunça da balada

Ou simplesmente a calma...


segunda-feira, 14 de maio de 2012

O RIO E A LINHA

Zé Miguel

Aqui aonde o grande rio
Atravessa a linha que atravessa
O grande rio na horizontal
O sol incide intenso
Quando a chuva da uma paradinha
Com toda a sua força equatorial
O grande rio deságua
Na alma da gente
O calor do sol nascente
Que afoga de paixão
Todos que por aqui
Acabam passando rente

Os pássaros no fim da tarde
Enchem os fios da rua do comercio
Algazarra esvoaçante
Inebriante alarde
Cantado aos quatro ventos
Em prosas e versos
Um manifesto vivo
Um culto amazônico
Da alma da Amazônia
Pra todo o universo

Pra tu que vem aqui
Nos ver de perto
Que venha então
De peito aberto
Pra receber da gente
O coração
O amor à poesia
E o verde ao descoberto

sábado, 12 de maio de 2012

AMOR AMANTE

Zé Miguel

Acho que quero do amor o amor tão somente
Amor pra quando acordar querer seguir adiante
Amor capaz de se dar e de se fazer presente
Amor pra me acostumar a ser feliz constante!
O amor é chave de abrir o amor que sente
A tempo de descobrir o comandante
Do tempo que há de vir ao meu presente
Na busca eterna de ti... Amor distante!

Amor de não desistir nunca da gente
Amor que quero pra ser acompanhante
Amor de ficar aqui eternamente
No terno afã de ir e vir... Amor amante

VELHOS AMBIENTES


Zé Miguel

É certo que a velhice chegará
Tão certo quanto à vida
Tão clara quanto o dia
Tão imponente quanto bela

É certo que virá pelas manhãs
As tardes e as noites
Não virá como visita
Virá para ficar

Trará suas manias infantis
Carecerá cuidados mais gentis
Virá pelos caminhos do meu tempo
E mostrará pra mim um tempo novo
Em velhos ambientes

Não quero que ela me encontre frágil
Não quero ser seu hospede impotente
Eu quero estar pronto para descobrir
Seus intimos segredos

Exorcizar meus medos
Trilhar os caminhos invisíveis
Que ela me apresentar

Eu sei que a velhice vai chegar
E pode ser tão cedo
Ou pode ser mais tarde
Dependerá de como a juventude
O meu destino navegar




quarta-feira, 9 de maio de 2012

DEPENDENTE

Zé Miguel

Talvez não saibas do amor
Um terço
Esse meu marginal amor
Travesso
Tão solitário às vezes
Desconheço
O teu refugio original
Apreço
De tanto amar sem traduzir
Padeço
O que padece quem não sabe
O preço
De estar no mundo a dois
No antes e depois
No agora e sempre a dividir
As dores e os lençóis
As duvidas o após
O bem querer demais
De mais um dia a sós
Ouvindo a própria vós
Dizer cuida de mim
Pois sou tão dependente
De ti


terça-feira, 8 de maio de 2012

SAUDADE!!!!!

Zé Miguel

Quando já não esperava
Eu cruzei contigo na rua
Teu olhar no rosto de um estranho
Me estendendo a mão

Quando já não esperava
Eu te vi na minha direção
Tão bela e inesperada visão
Carregada de mistérios revelados

Traduzindo amor em meu deserto
Teu sorriso em uma estranha face
Fez-se luz em dia encoberto
À minha nau perdida em mar aberto

Quando eu já não esperava mais
Pude outra vez te ver de perto
Não na tua forma mais precisa
Mas no que te transformei com meu afeto

Quando eu não sabia mais que esperava
Entendi que teu chegar já não seria
Mas nem uma novidade

Porque há muito tempo esperava
Não percebi que simplesmente não chegavas
Porque há muito comigo já estavas

Não me perdi de ti
Tu não te foste de mim
E se de presente corpo não estas aqui
Não representa que chegou o fim

ODE À ANA

Zé Miguel

Eu nasci só pra cantar
Cantigas de amor pra ti
Pras pessoas a tua volta
E em volta das pessoas
Que estiverem junto a ti

Eu nasci pra te amar
Meu amor e só pra ti
E pra gente ao teu redor
Pra te amar sempre vivi
E a gente ao redor de ti


quarta-feira, 2 de maio de 2012

AMOR

Zé Miguel
 
Amor não mata
Amor não prende
Não marca data
Nem surpreende

Amor so ata
Nunca se rende
Mas se desata
Se desprende

... O amor de fato
Não se ofende
Não julga o ato
Que não entende

O amor que ama
Sempre se acende
Se a vida chama
Sempre atende

O amor desarma
O ser que condena
Amor não é carma
e nem comuta pena
Ver mais
·

    quinta-feira, 26 de abril de 2012

    CERTO E ERRADO

    Zé Miguel

    Quando você me diz não
    Eu digo apenas talvez
    Afinal nada está consumado
    Há muito pra se descobrir
    Entre o certo e o errado
    Eu não quero esse obvio enlatado
    Quero aprender voar
    Com a minha própria imaginação
    Fazer a conta e ter meu próprio resultado
    Quando você me diz sim
    Eu vejo possibilidades
    Entre futuro presente passado
    Há chance pra descobrir
    Como é estar lado a lado
    Entre o querer o fazer e o sonhado

    terça-feira, 24 de abril de 2012

    DE ONDE VÊM AS BORBOLETAS

    Zé Miguel

    De onde vêm as borboletas
    As amarelas borboletas do verão
    Quais são suas historias
    Suas origens quais serão
    Flutuam como plumas
    Deslizam sob o céu da plantação

    São como flores sobre o campo
    Milhares se espalhando pelo ar
    Com asas tão perfeitas
    Parecem ir pra um mesmo lugar
    Tão breves passageiras
    Gravadas para sempre em meu olhar

    De onde será que vêm as borboletas
    Por quanto tempo elas passarão
    Atropelando os carros
    Que pelas estradas vêm e vão
    Tão lindas e amarelas borboletas
    Por quanto tempo elas viverão



    segunda-feira, 23 de abril de 2012

    SOLIDÃO

    Zé Miguel


    De púrpura se veste a solidão

    Espalha-se dolente no caminho

    Por onde a dor conduz meu coração

    Cansado e sozinho



    Como andorinha que não faz verão

    Qual naufrago no mapa em pergaminho

    Como se esvai em larvas o vulcão

    Que incendiou por fim seu próprio ninho



    Com a dor caminha assim meu coração

    Cansado e sozinho

    domingo, 22 de abril de 2012

    TRAGEDIA E MAGIA

    TRAGEDIA E MAGIA
    Miguel

    Mágica
    O canto dos grilos
    Desenhos de nuvens no céu
    Bagunça de filhos
    Desenho que sai do pincel

    Trágica
    Presença de morte
    Total falta de compaixão
    A falta de sorte
    Na combinação homem bomba e multidão

    Mágica
    O lenço de seda
    Roçando de leve o rosto do ser
    O olho no olho
    Do casal bonito que acaba de se conhecer

    Trágica
    A dor da partida
    Sentida na pele de quem fica aqui
    A chance perdida
    Na lágrima oculta de quem já não sabe sorri

    SEJAM BEM VINDOS(AS) AO MEU"CANTO"

    "Sejam bem vindos todos e todas que se importam com os outros, que se inquietam e manifestam suas inquietações, todos e todas que acharem que podem fazer a diferença... Quem sabe fazendo diferente... Todos e todas capazes de se emocionar com uma canção... Com a sutileza da beleza de uma flor... Todos e todas que acreditam na força verdadeira do amor"